
" E há aquela estória, contada por um escritor francês para os sete continentes da fábula, que era assim: havia uma menina de oito nove anos que vivia numa grande mansão familiar. E nessa mansão havia um jardim onde a menina brincava, encantada. Ou era o jardim que era encantado e a menina brincava nele como todas as crianças brincam: naturalmente, com a naturalidade dos dias perfeitos.
A menina, quando chegava a tardinha, deixava o seu belo jardim e entrava na casa para a travessia da noite. Mas algo lhe ficava a pairar na cabeça...
Então, numa certa madrugada, a menina levantou-se da cama, sem que os seus pais se dessem conta e pé ante pé abriu a porta de acesso, delicadamente. Muito quieta e silenciosa, tranquilamente, ficou a olhar o jardim.
Porque a menina acalentava esta vontade: saber como o seu jardim era quando ela não estava lá!
Comigo sucedeu uma coisa parecida. Mas pude tirar uma fotografia.
Este é o aspecto do meu quintal quando eu lá não estou. - NS"